CLEPSIDRA É UM INSTRUMENTO ANTIGO PARA MEDIÇÃO DO TEMPO TAMBÉM CONHECIDO COMO RELÓGIO D'ÁGUA. O PROPÓSITO DESSE BLOG É REGISTRAR E ANALISAR FATOS QUE OCORREM NO TEMPO LÍQUIDO QUE VIVEMOS HOJE.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
sexta... dia de rock!
Curtir um rockzinho e uma cervejinha gelada é basico, depois de uma semana de pura correria.
Rola talvez um Big Pub ou um Tunel do Tempo..
Segunda conto pra vocês.
Bjos e
Toca raul!!!!!!!!!!!
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Itajaí em rede nacional!!! uauuuu
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Para entender as mulheres (e homens)
“Se inventarem uma coisa melhor do que mulher, não quero nem saber!”
(Tarso de Castro, jornalista e mulherólogo).
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Carta ao Prates
Parabéns Plínio!!
(do blog www.conversaafiada.com.br)
Caro Sr. Luiz Carlos Prates,
Me chamo Plínio, sou professor de História e, como tantos outros das camadas mais baixas da sociedade, consegui comprar um automóvel nos últimos anos devido à facilidade de crédito implantado pelo governo Lula. Assim como tantos outros, adquiri um carro popular, já com 4 anos de uso e sem qualquer acessório que produza maior conforto ou coisa do tipo.
Porém, gostaria de relatar algo que o Sr. provavelmente não sabe, ou tenta evitar saber, ao expor seus comentários ao vivo na TV. Da mesma forma que o governo do presidente Lula me permitiu adquirir um carro popular, também me permitiu continuar meus estudos. Durante este governo, graças aos investimentos em educação e apoio à pesquisa, foi possível a uma pessoa como eu, vinda de família pobre e do interior do estado de Minas Gerais, fazer o mestrado e hoje cursar o doutorado numa instituição pública federal de ensino superior.
Mais ainda, Sr. Luiz Carlos Prates, este mesmo governo me permitiu ascender socialmente e obter estabilidade ao ampliar as instituições de ensino comprometidas com a oferta de cursos técnicos e superiores, como as Universidades e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, numa das quais hoje sou professor efetivo. Foram inúmeros concursos e a efetivação de milhares de docentes e técnicos nestas instituições. E é exatamente sobre este aspecto que gostaria de avançar na minha discussão.
O Sr. afirma que este governo permitiu a quem “nunca tinha lido um livro” adquirir um carro através do crédito fácil. Porém, esquece-se o Sr. de mencionar que este governo “espúrio” investiu mais em educação do que qualquer outro. Este mesmo governo deu acesso às camadas mais baixas da população aos bancos das universidades e permitiu a diversos jovens estudarem e terem uma profissão ao ampliar as escolas técnicas por todo país.
Não, Sr. Luiz Carlos Prates, estas pessoas que compram carros hoje não são tão “miseráveis” e “desgraçadas” quanto o Sr. pensa. Pelo contrário, estas pessoas compreendem melhor a sociedade em que vivem e os grandes ganhos que tiveram nos últimos anos.
Não, Sr. Luiz Carlos Prates, estes indivíduos não passeiam de carro para amenizar os conflitos entre maridos e esposas. Estes indivíduos saem para celebrarem, juntos, a felicidade de uma nova vida que se constrói. Não são pessoas frustradas, pelo contrário, são indivíduos REALIZADOS. Na verdade, frustrada é a elite que sempre teve este país nas mãos e que agora não consegue aceitar que as camadas mais pobres ascendam e passem a ter acesso àquilo que era tido como exclusividadedos grupos privilegiados economicamente.
Não, Sr. Luiz Carlos Prates, os acidentes nas rodovias não acontecem por causa destes “miseráveis” e “desgraçados”. São diversos os motivos dos acidentes, entre eles, o excesso de velocidade daqueles que podem adquirir os modelos de automóveis mais luxuosos e velozes e que, mesmo com toda a tecnologia de seus carros, também não conseguem “vencer as curvas” e outras barreiras que possam aparecer – entre elas, veículos de indivíduos inocentes.
Por fim, caro Sr. Luiz Carlos Prates, gostaria de informar-lhe que consegui trocar de carro. Ainda circulo por aí, nas tão movimentadas estradas do país, com um automóvel popular, mas já mais novo e com algum conforto a mais que o primeiro. Eu, minha esposa e minhas lindas filhas estamos felizes com o nosso automóvel, com a nossa casa ainda alugada e com as viagens que podemos fazer. Espero que o Sr. reflita sobre o quão preconceituoso e desvinculado da realidade foi o seu comentário que ganhou repercussão por todo o país.
Sem mais, despeço-me aqui. Um cordial cumprimento deste homem proprietário de um humilde carro popular comprado graças ao crédito fácil com parcelas a perder de vista, mas feliz.
Guanhães/ MG, 19 de novembro de 2010.
Plínio Ferreira Guimarães
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Praia Brava para todos. Pelo direito de ir e vir, de trabalhar e se divertir na Praia Brava
Ricaços da Brava vão consultar ficha corrida da peãozada da construção civil
Ricaços da Brava vão consultar ficha corrida da peãozada da construção civil
Trabalhadores terão o passado investigado antes de terem permissão pra construir prédios milionários, - ao menos essa é a intenção dos moradores do bairro. Promotor lasca que operários tão sendo alvo de preconceito
A proposta saiu da reunião feita na noite de quarta-feira, entre membros dos Consegs Praia Brava e Barra Norte, abobrões da prefa (PREFEITURA - Edifício em que se localizam os gabinetes e demais dependências da administração municipal. Função de prefeito. Tempo de duração da função de prefeito. Subdivisão do Império romano administrada por um prefeito.) e o comando da polícia Militar. Ficou decidido que as construtoras da Brava terão que apresentar pros Consegs uma lista com os nomes dos cerca de 1,5 mil peões (TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL, TRABALHAR BRAÇAL, BAGRINHO - ) que trampam por ali. O cadastro vai ser analisado pela polícia e depois será entregue ao conselho, que vai saber o histórico de cada trabalhador. “Já vamos começar em dezembro, como medida emergencial e até preventiva”, disse o presidente da federação dos Consegs catarina (Feconseg), Valdir de Andrade, que também é morador da Brava.
O tenente-coronel Carlos Alberto Mafra, que é comandante do 1º Batalhão da PM em Itajaí e que participou da reunião com os Consegs, acredita que a polícia Civil deveria fazer a consulta da ficha dos peões (TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL, TRABALHAR BRAÇAL, BAGRINHO - ). Mas como nenhum tira (POLICIAL CIVIL - Relativo à polícia: medida policial. Filme policial, romance policial, que trata de assunto policial. Membro da polícia.) civil compareceu no plá (CONVERSA - ), se comprometeu a fazer o favorzinho, ou a repassar pra Civil a lista.
Mesmo que os milicos precisem usar o horário de trampo (TRABALHO - Atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. O produto dessa atividade; obra. Esforço, empenho. Preocupação, cuidado, aflição:) pra fazer as consultas, os ricaços da Brava não terão que pagar um tostão pra receber o relatório. O comandante acha que o bizu (OLHAR - ) na listinha pode não demorar, pois acredita que nem todos precisarão ser investigados. “Penso que não vão precisar investigar todo mundo. Pra que investigar todos? O próprio conselho fará uma triagem”, afirmou.
O DIARINHO tentou ouvir o delegado Regional Silvio Gomes Filho, pra saber se ele já tinha conhecimento do pedincho (PEDIDO, REQUERIMENTO, SOLICITAÇÃO - Solicitação; ato de pedir; encomenda. Objeto ou assunto de uma petição. Petição; rogo. Solicitação formal de uma encomenda. Petição por escrito feita com as formalidades legais. Qualquer petição verbal ou por escrito. Ação de solicitar; pedido, rogativa: atendeu à nossa solicitação. Pedido feito com instância; pretensão, desejo.) e o que pensa a respeito, mas o dotô (DELEGADO - ) não atendeu o telefone e não foi localizado na DP.
Em cima do muro
A vereadora Susi Bellini (PP), que também acompanhou o plá (CONVERSA - ), se disse numa saia justa (JUSTIÇA - ). “Eu não formei uma opinião sobre isso”, admitiu. Por um lado, a vereadora acredita que todos têm direito de ir e vir. Por outro, compreende que os conselhos tão buscando uma solução pra violência. “Os bons acabam pagando pelos maus. Me preocupa que isso seja visto como preconceito. Achei delicado porque gerou uma situação ruim para os dois lados”, comentou.
Já o morador da Brava Caio Floriano soltou o verbo e falou que a consulta à ficha criminal dos trabalhadores é uma ação preconceituosa e descabida. Ele comenta que rolam sim vários perrengues no bairro, mas acha que isso não é responsa (ESTA SOB OS SEUS CUIDADOS - ) da peãozada da construção civil, mas do processo de formação de uma sociedade cada vez mais desigual e excludente. “O problema é que quem tem muito continua tendo muito e estamos formando uma sociedade totalmente marginalizada”, lascou.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Arqueologia de um pedaço do Brasil
Belíssimo artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional que fala do trabalho dos arqueólogos no reconcavo da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Você sabia que em Itajaí há sítios arqueológicos? E o que o Departamento de Patrimonio Histórico tem feito por esse acervo? Estou preparando um post sobre isso para breve. Por hora o atigo abaixo vale à pena, pelas ricas informações sobre essa fascinante área de estudo. Abraços. Evelise. Arqueologia de um pedaço do Brasil | |
Recôncavo da Baía de Guanabara tem sítios arqueológicos de até 4 mil anos. Escavações encontraram cachimbos que podem ter resíduos de Cannabis | |
Ronaldo Pelli | |
Exagerando um pouco, conhecer o passado da área em torno da Baía de Guanabara é conhecer um pouco de toda a História do Brasil, tamanha a referência a cada período histórico brasileiro. Na Vila Santo Antônio de Sá, hoje Itaboraí, considerada a primeira vila do Recôncavo da Baía de Guanabara, os sítios arqueológicos são tão ricos que é possível encontrar registro de populações até de antes de Cristo. “Estamos estudando essa área desde o início da ocupação até hoje”, diz a antropóloga Madu Gaspar, que organiza o projeto, e explicou, cuidadosamente, todo o processo. “Há registro de populações com 4 mil anos, que construíam sambaquis. Em seguida, essa área foi invadida por tupis, ceramistas, até a chegada dos portugueses. Os tupis, que vieram da Amazônia, expulsaram os sambaqueiros, ou os eliminaram com guerras. Todo o território ficou com os grupos ceramistas. Então, se deu a colonização portuguesa. Nessa área, os primeiros europeus usavam a região como celeiro do Rio, retirando os recursos naturais como lenha e madeira para construção, além fazer plantações de alimentos.” A antropóloga, de 56 anos, conta que a região foi o seu primeiro trabalho de campo, em 1976. Ela diz que, por conta da construção do pólo petroquímico da região, a região ficou mais segura e ela pôde voltar a estudar a região. “Esses produtos da época colonial eram transportados pelos rios da região até a Praça XV. Há várias representações de Debret mostrando os escravos desembarcando com lenha, por exemplo.” Açúcar, mandioca e até maconha A região, muito por conta das plantações de açúcar e mandioca, era densamente ocupada por africanos e descendentes. Por conta disso, hoje, são encontrados vasilhas, cerâmicas e quase 200 cachimbos com símbolos de tribos da África. “Já se sabia que era um hábito dos africanos fumar. Os historiadores que estudam o período tinham interesse em saber que tipo de material era carburado. Sabia-se que era um fumo mais forte”, conta a arqueóloga, explicando que, para descobrir o seu conteúdo, foi feito uma pesquisa pioneira. “Em um dos cachimbos há indícios que seria carburado Cannabis [gênero de plantas comumente conhecida como maconha]. Ainda é preciso confirmar, mas é muito provável. Até a dimensão dos cachimbos já sugeria isso.” Madu Gaspar contou que, para chegar a esses resultados, foram necessários quase dois anos de trabalho de campo. Em um primeiro momento, os arqueólogos investigaram o terreno em uma metodologia de amostragem sistemática, em intervalos de 50 em 50 metros. Foi possível identificar 45 sítios, sobre as diversas ocupações que a região presenciou. “Os restos africanos tem baixa visibilidade. Só pesquisa sistemática consegue encontrar.” Mas, afirma ela, o resultado é compensador, como o encontro dos vestígios das primeiras olarias em Itaboraí, região onde até hoje é comum o trabalho. “Chegamos a encontrar uma porção de barro amassado em que aparece a mão do artesão”, conta empolgada. Ela também cita as fôrmas de pão-de-açúcar, que são vasilhas de cerâmicas onde se purgava o açúcar e que lembram o famoso ponto turístico. Exposição Para exibir todos esses achados, a arqueóloga está organizando uma exposição no Museu Nacional, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, chamada “Arqueologia do Recôncavo da Baía de Guanabara”. “Os arqueólogos trabalham com material brasileiro. Eles têm que dar retorno à sociedade. Faz parte de nossa História.” |
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
A modernidade oligárquica de Bruzundanga
Desde 1930, se bem me lembro, a burguesia paulista se julga a fração mais avançada e cosmopolita destas plagas
17/11/2010
Luiz Ricardo Leitão
As eleições já se acabaram, e tudo continua como dantes na República de Bruzundanga. É claro que os ânimos ainda estão acirrados após mais uma derrota tucana, com manifestos virulentos a circular pelas chamadas ‘redes sociais’ (?!), mas isso não é novidade a leste de Tordesilhas. Desde 1930, se bem me lembro, a burguesia paulista (cujos lucros com a lavoura cafeeira impulsionaram a industrialização do país) se julga a fração mais avançada e cosmopolita destas plagas, avocando para si o direito de gerir esta alucinada experiência periférica de capitalismo. Por isso, não estranho que jovens acadêmicos (?!) de Direito (?!) da terra da garoa escrevam em seu tuíter (arre, égua!) que “nordestino não é gente” e que o melhor favor que se faria a São Paulo seria matar afogado ao menos um desses “porcos imundos” que, segundo escreveu o advogado (?!) André Colli, “devastam as reservas florestais de sua cidade”. Isso sem falar de um grupo de universi(o)tários que logrou redigir um documento com o pomposo título de “São Paulo para os paulistas”, cujo mote seria “defender a cultura paulista contra quem inunda nosso Estado”.
Sob o véu do “regionalismo” misturam-se sem nenhum pudor diversos traços bastante singulares da formação socioespacial do país, cujo capital industrial e financeiro possui raízes no secular negócio da agroexportação (vulgo agro business, na língua da matriz). Embora se creia superior aos velhos coronéis do Nordeste, a burguesia cafeeira bandeirante nada mais é do que uma fração ‘moderninha’ do desigual e diferenciado processo de evolução capitalista da colônia. O mote não é exclusivo destas plagas: na Itália do séc. 20, a burguesia toscana, ao Norte do país, também se atribuiu uma posição de vanguarda, tratando de estigmatizar ao máximo os ‘rudes camponeses’ do Sul, em especial os napolitanos, odiados pelas elites de Milão & Cia.
Muita gente se ocupou desse mote nas letras tupiniquins, desvelando em obras memoráveis de nossa prosa de ficção aspectos indivisos desse processo. A maior contribuição desses narradores foi, sem dúvida, evidenciar ao público que os vícios e defeitos imputados ao nosso povo são, o mais das vezes, mera refração de vezos históricos das classes dominantes de Bruzundanga, tão bem descritas no limiar do século 20 pela pena irreverente e implacável de Lima Barreto. A bem da verdade, a desfaçatez e cinismo de nossas elites já viera à luz nas páginas lapidares de Memórias póstumas de Brás Cubas, do genial Machado de Assis, um sinhozinho crescido no ocaso do regime escravocrata. E ela reaparece de forma despojada e sincrética na figura de Macunaíma, em quem muitos pretendem ver um símbolo do povo brasileiro, ainda que não fosse esta a intenção de Mário de Andrade, que, com rara lucidez, reconhecia ser impossível estabelecer uma síntese de brasilidade nas primeiras décadas do século 20.
De minha parte, nunca hesitei em identificar nesse “herói sem nenhum caráter” um signo óbvio das elites brasileiras, convertido por um hábil ideologema em ícone das classes populares. Para tanto, basta ler com maior atenção a obra que Mário escrevera um ano antes, Amar, verbo intransitivo, um pequeno romance de formação da burguesia bandeirante.
Já em São Bernardo, de Graciliano Ramos, o narrador atribui dinamismo e força a um caboclo arrivista, o fazendeiro Paulo Honório, cujo empreendimento terminará por sucumbir à sua própria voracidade, ao passo que o latifúndio moroso e inabalável do velho coronel jamais perde seu valor. Quem quiser entender um pouco mais a política brasileira, carecerá de reler com outros olhos essa parábola do selfmade man tropical, incapaz de adivinhar, ao seu redor, a velha fábula da modernidade oligárquica, em que o novo, o mais das vezes, é apenas a roupagem de que o velho se serve para que tudo permaneça como dantes ao sul do Equador.
Luiz Ricardo Leitão é escritor e professor adjunto da UERJ. Doutor em Estudos Literários pela Universidade de La Habana, é autor de O Campo e a Cidade na Literatura Brasileira e Noel Rosa: Poeta da Vila, Cronista do Brasil.
FONTE: www.brasildefato.com.br
Intolerância: o extremo conservadorismo sai de trás da cortina.
Jovens de classe média e estudantes de colégios particulares espancaram dois rapazes na Avenida Paulista, por acreditarem que eram homossexuais. A garota do vestido curto saiu da universidade escoltada pela polícia e debaixo de gritos que a chamavam de prostituta. Estudante de direito pede que afoguem os nordestinos de São Paulo. Comentarista de TV catarinense faz apologia à ditadura e diz , indignado, que qualquer miserável hoje pode ter carro.
Percebe-se hoje em todo o Brasil uma forte onda de defesa dos valores conservadores, autoritários, xenófobos e preconceituosos de todo o tipo.
Bem básico, está lá na Wikipédia: Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões.
Se fizermos uma reflexão sobre nosso passado histórico vamos compreender que o discurso da superioridade da elite branca em nosso país foi construído desde o início de sua ocupação pelo colonizador europeu, que buscava branquear e melhorar o Brasil, com a vinda de imigrantes brancos e trabalhadores para valorar a formação do povo brasileiro.
Esse discurso teve terreno fértil no seio das famílias conservadoras, ricas, brancas, herdeiras das capitanias hereditárias, oligarcas todo o país, de norte a sul e se perpetuam até hoje. Foi reforçado por movimentos políticos segregacionistas como a escravidão, desde o século XVI, até a ditadura militar e suas atrocidades, onde indivíduos julgam ter o poder de decidir e agir pelos demais. Vejo que é como se sentissem donos das outras pessoas. Como se pudessem fazer tudo, sem julgamento moral que os condene. É a elite que se constrói diferente e convence os demais dessa diferenciação.
Como diria um dos filósofos mais sábios que já conheci, o personagem Chicó da obra de Ariano Suassuna:. Eu, às vezes, chego a pensar que só quem morre completamente é pobre, porque com os ricos a confusão continua por tanto tempo, que chega a parecer que ou eles não morrem direito, ou a morte deles é outra.
Durante muito tempo as classes mais empobrecidas, os negros, os indígenas, as mulheres, os homossexuais foram convencidos que não eram merecedores de reconhecimento enquanto cidadãos.
Há muito pouco tempo a população começa a despertar e perceber que foi enganada. Que somos todos iguais, feitos da mesma matéria. Que essas poucas pessoas não tem o direito de nos dizer quem somos e como temos que agir. Que podemos pensar por nós mesmos e reivindicar nosso espaço, nossos direitos. Lutar por oportunidades com unhas, dentes e suor. Pois sim, somos todos iguais sim. Para aquele filósofo Chicó é a morte que nos iguala: “Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre. Que posso fazer agora? Somente seu enterro e rezar por sua alma.”
Foi com o fim da ditadura militar no Brasil que os movimentos sociais que lutam pela diversidade e igualdade de oportunidades vêm se organizando politicamente. Aí estão grupos de negros, indígenas, mulheres, operários, gays, mães solteiras, pobres que querem construir sua vida com dignidade ao lado dos demais brasileiros. Nem acima, nem abaixo.
Todos aqueles que foram empurrados à margem da cidadania hoje buscam o direito de ter alimento na mesa, de estudar com qualidade, de ter seu chão e seu teto, ter seu carro, poder comprar uma geladeira nova e viajar nas férias.
Essa tomada de consciência das classes populares, tão recente, é um movimento que percebemos nas ultimas três décadas, e que acontece em toda a Latinoamérica, incentivado pelos governos populares que tentam reparar os prejuízos históricos aos que construíram a história de seus países com trabalho e luta.
E á e tentativa da reparação desses danos que causa essas reações raivosas da elite conservadora, que vemos nos discursos do Prates, nas ações dos adolescentes playboyzinhos, daqueles que queimam índios, agridem gays, subjugam mulheres e trabalhadores.
Por isso acredito que estamos entrando num período onde essa luta vai se fortalecer. De um lado aqueles que conquistam a garantia dos seus direitos a cada dia, e de outro o extremo conservadorismo que cria raízes cada vez mais profundas no terreno do preconceito, da segregação, do apartheid social.
E cabe à cada um de nós não silenciar diante de absurdos como esses. Denunciar, mobilizar, organizar, gritar por justiça e respeito.
Porque para mim o que há de mais revolucionário na humanidade é o RESPEITO.
Abraços, Evelise.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
População do Vale é chamada para discutir medidas contra enchentes
Os desastres naturais, em especial as enchentes, preocupam sobremaneira os moradores do Vale do Itajaí. E muitas têm sido as tentativas por parte de governos e pesquisadores em buscar amenizar o problema, que não pode ser evitado, mas controlado.O desastre de novembro de 2008, que assolou a região do médio e da foz da bacia do Itajaí, trouxe novamente à Santa Catarina a Agência Japonesa de Cooperação Internacional – Jica, que em março deste ano iniciou o estudo preparatório para o Projeto de Medidas de Prevenção e Mitigação de Desastres na Bacia do Itajaí. A equipe da Jica já apresentou as diretrizes básicas para a elaboração do Plano Diretor a autoridades e técnicos regionais e municipais do Vale do Itajaí, e também ao Comitê do Itajaí. Agora, o objetivo é chamar a população para discutir essas medidas, por meio de audiências públicas, que serão realizadas de 16 a 18 de novembro, em Itajaí, Blumenau e Rio do Sul. Além de prefeitos, profissionais da Defesa Civil, das secretarias municipais de Obras, Planejamento, Meio Ambiente, entre outras, é importante que educadores, agentes de saúde, técnicos de meio ambiente, representantes de associações de moradores, de sindicatos e de organizações não governamentais, de empresas e órgãos públicos, participem dessas audiências para se informar e obter esclarecimentos sobre as propostas para a bacia do Itajaí. Em fevereiro o Comitê do Itajaí, em assembleia, vai decidir sobre as preferências que forem reveladas nessas audiências. O conteúdo das três audiências é o mesmo. A primeira audiência, em Itajaí, dia 16, pretende ouvir as comunidades da região da foz do Itajaí. Local: Associação de Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí-AMFRI (Rua Lopes Gonzaga, Nº 1655 – Bairro São Vicente, próximo ao terminal rodoviário). A segunda, dia 17, quer ouvir as comunidades do médio Vale. Local: Secretaria de Desenvolvimento Regional - SDR Blumenau (Rua Braz Wanka, 238 – Bairro Vila Nova). A última, dia 18, é destinada às comunidades do alto vale do Itajaí. Local: Secretaria da Educação, situada a Rua Prefeito Wenceslau Borini, 2950 – Bairro Canta Galo. Mais informações com a Comissão de Estudo Preparatório – Bacia do Rio Itajaí pelos telefones (48) 3239-8051 e (48) 3239-8056. fonte: http://www.comiteitajai.org.br/index.php/prevencaoenchentes/264-populacao-do-vale-e-chamada-para-discutir-medidas-contra-enchentes.html |