quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Continuação..

Há quem diga que Jandir será reeleito em 2012. Há quem diga que não.

Eu, em particular acho que não. Vejo esse mandato como o final da decadência política de Jandir Bellini. Vejo que ele não tem mais nada a perder, porque não quer mais nada. Por isso está tudo como está. Vejo muitas pessoas indignadas com tudo isso, mas também vejo que muitas pessoas não dão importância e não tem consciência do que acontece nas esferas públicas.

No Brasil a democracia é muito recente. Aos poucos as pessoas estão tomando consciência de que precisam se envolver e que fazem parte do processo de construção política, da conquista e manutenção dos seus direitos. A cada novo processo eleitoral, apesar de ainda acontecerem muitos absurdos, vemos também cada vez mais o voto de qualidade.

Será um processo muito lento, creio eu. Há muito pouco começaram discussões em audiências públicas, reuniões comunitárias... As pessoas foras desensinadas a pensar e a participar. É um aprendizado lento e progressivo.

Santa Catarina possui a terrível característica de ser o reduto do conservadorismo e das forças oligárquicas no Brasil. Não que não haja conservadorismo nem estruturas de poder como as oligarquias em outros estados, mas parece-me que em nenhum outro estado da federação as pessoas são tão condescendentes com essas práticas. As elites catarinenses teceram fortes redes de relações, e criaram estratégias que vinculam o poder e o status político ao cotidiano das pessoas, ao seu dia a dia. Vejo isso muito claro em Itajaí, onde já ouvi pessoas falarem que votam no Dr. Fulano porque “ele é patrão da irmã da minha vizinha”. Relações de poder e classe pautam as discussões políticas desde sempre por aqui. Como é difícil um representante do povo, simples e humilde estar entre os eleitos. De quem Jandir se aproximou quando veio do velho oeste?

E como será difícil construir a cultura do pensamento crítico, reflexivo e romper essas relações de poder. Cabe a nós, comunicadores, educadores, pensadores e lutadores progressistas nos inspirar em Paulo Freire, que diz que mudar o mundo é tão difícil como possível.

Creio q Jandir pare em 2012. Mas outros como eles virão.

E o povo, será o mesmo?

Escolhi para terminar um trecho da primeira carta pedagógica de Paulo Freire, no livro Pedagogia da Indignação. De todas as obras maravilhosas dele, é a que eu mais gosto.

“Mas o que quero dizer é o seguinte: na medida em que nos tornamos capazes de transformar o mundo, de dar nome às coisas, de perceber, de inteligir, de decidir, de escolher, de valorar, de finalmente, eticizar o mundo, o nosso mover-nos nele e na história vem envolvendo necessariamente sonhos por cuja realização nos batemos. Daí então, que a nossa presença no mundo, implicando escolha e decisão, não seja presença neutra. A capacidade de observar, de comparar, de avaliar para, decidindo, escolher, com o que, intervindo na vida da cidade, exercemos nossa cidadania, se erige então como uma competência fundamental. Se a minha não é uma presença neutra na história, devo assumir tão criticamente quanto possível sua politicidade. Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas para participar de práticas com ela coerentes.”

Boa reflexão :)


3 comentários:

  1. oi Eve, td bem ?
    Parabéns pelo blog!
    é isso aí, queremos todos uma cidade melhor.

    bj e sucesso

    valéria

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  2. oi Eve,

    parabéns pelo blog!
    serei leitora assídua..hehe
    bjs
    Beta

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  3. obrigada queridas.. e vamos que vamos!!!
    beijinhos :)

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