Belíssimo artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional que fala do trabalho dos arqueólogos no reconcavo da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Você sabia que em Itajaí há sítios arqueológicos? E o que o Departamento de Patrimonio Histórico tem feito por esse acervo? Estou preparando um post sobre isso para breve. Por hora o atigo abaixo vale à pena, pelas ricas informações sobre essa fascinante área de estudo. Abraços. Evelise. Arqueologia de um pedaço do Brasil | |
Recôncavo da Baía de Guanabara tem sítios arqueológicos de até 4 mil anos. Escavações encontraram cachimbos que podem ter resíduos de Cannabis | |
Ronaldo Pelli | |
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“Estamos estudando essa área desde o início da ocupação até hoje”, diz a antropóloga Madu Gaspar, que organiza o projeto, e explicou, cuidadosamente, todo o processo. “Há registro de populações com 4 mil anos, que construíam sambaquis. Em seguida, essa área foi invadida por tupis, ceramistas, até a chegada dos portugueses. Os tupis, que vieram da Amazônia, expulsaram os sambaqueiros, ou os eliminaram com guerras. Todo o território ficou com os grupos ceramistas. Então, se deu a colonização portuguesa. Nessa área, os primeiros europeus usavam a região como celeiro do Rio, retirando os recursos naturais como lenha e madeira para construção, além fazer plantações de alimentos.” ![]() “Esses produtos da época colonial eram transportados pelos rios da região até a Praça XV. Há várias representações de Debret mostrando os escravos desembarcando com lenha, por exemplo.” Açúcar, mandioca e até maconha A região, muito por conta das plantações de açúcar e mandioca, era densamente ocupada por africanos e descendentes. Por conta disso, hoje, são encontrados vasilhas, cerâmicas e quase 200 cachimbos com símbolos de tribos da África. ![]() Madu Gaspar contou que, para chegar a esses resultados, foram necessários quase dois anos de trabalho de campo. Em um primeiro momento, os arqueólogos investigaram o terreno em uma metodologia de amostragem sistemática, em intervalos de 50 em 50 metros. Foi possível identificar 45 sítios, sobre as diversas ocupações que a região presenciou. “Os restos africanos tem baixa visibilidade. Só pesquisa sistemática consegue encontrar.” ![]() Mas, afirma ela, o resultado é compensador, como o encontro dos vestígios das primeiras olarias em Itaboraí, região onde até hoje é comum o trabalho. “Chegamos a encontrar uma porção de barro amassado em que aparece a mão do artesão”, conta empolgada. Ela também cita as fôrmas de pão-de-açúcar, que são vasilhas de cerâmicas onde se purgava o açúcar e que lembram o famoso ponto turístico. Exposição Para exibir todos esses achados, a arqueóloga está organizando uma exposição no Museu Nacional, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, chamada “Arqueologia do Recôncavo da Baía de Guanabara”. “Os arqueólogos trabalham com material brasileiro. Eles têm que dar retorno à sociedade. Faz parte de nossa História.” |
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Arqueologia de um pedaço do Brasil
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Resíduos de Cannabis...maravilha, vou estudar arqueologia também.
ResponderExcluirEve, teu Blog tá massa pra dedéu...abraços